Gosto muito de meditar na Palavra de Deus através da minha Bíblia de Estudo Pentecostal (1998), cujas notas de rodapé são bem explicativas e coerentes com a vida de um verdadeiro cristão.
Meditando em João 15, em que Jesus compara a videira com o relacionamento do cristão com Deus e com o nosso Senhor, percebi que este capítulo mata a frase que alguns evangélicos acreditam: “uma vez salvo, sempre salvo”. Abaixo, relacionei alguns versículos e suas notas de rodapé explicativas, que deixam claro que o verdadeiro cristão não pode cair nesta mentira do diabo.
Versículo 2: “Toda vara em mim que não dá fruto, ele a corta; e toda vara que dá fruto, ele a limpa, para que dê mais fruto.”
Nota: “Jesus fala de duas categorias de varas: infrutíferas e frutíferas. As varas que cessam de dar fruto são as que já não têm em si a vida que provém da fé perseverante em Cristo e do amor a ele. A essas varas o Pai tira, isto é, Ele as separa da união com Cristo. Quando cessam de permanecer em Cristo, Deus passa a julgá-las e a rejeitá-las. As varas que dão fruto são as que têm vida em si por causa da sua perseverante fé e amor para com Cristo. A essas varas, o Pai “limpa”, poda, a fim de ficarem mais frutíferas. Isso quer dizer que Ele remove de suas vidas qualquer coisa que desvia ou impede o fluxo vital de Cristo. O fruto é o caráter cristão, como qualidade, que no crente glorifica a Deus, mediante sua vida e seu testemunho.”
Versículo 4: “Permanecei em mim, e eu permanecerei em vós; como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não permanecer na videira, assim também vós, se não permanecerdes em mim.”
Nota: “Quando uma pessoa crê em Cristo e recebe o seu perdão, recebe a vida eterna e o crente precisa aceitar sua responsabilidade quanto à salvação e permanecer em Cristo. Assim como a vara só tem vida enquanto a vida da videira flui na vara, o crente tem a vida de Cristo somente enquanto esta vida flui nele pela sua permanência em Cristo. [...]. As condições mediante a quais permanecemos em Cristo são: conservar a Palavra de Deus continuamente em nosso coração e mente, tendo-a como o guia das nossas ações; cultivar o hábito da comunhão constante e profunda com Cristo, a fim de obtermos dEle forças e graça; obedecer aos seus mandamentos e permanecer no seu amor e amar uns aos outros; conservar nossa vida limpa, mediante a Palavra, resistindo a todo pecado, ao mesmo tempo submetendo-nos à orientação do Espírito Santo.”
Versículo 6: “Quem não permanece em mim é lançado fora, como a vara, e seca; tais varas são recolhidas, lançadas no fogo e queimadas.”
Nota: “A alegoria da videira e das varas deixa plenamente claro que Cristo não admitia que “uma vez na videira, sempre na videira”. Pelo contrário, Jesus nessa alegoria faz aos seus discípulos uma advertência séria, porém amorosa, mostrando que é possível um verdadeiro crente abandonar a fé, deixar Jesus, não permanecer mais nEle e, por fim, ser lançado no fogo eterno do inferno. Temos aqui o princípio fundamental que rege o relacionamento salvífico entre Cristo e o crente, a saber: que nunca é um relacionamento estático, baseado exclusivamente numa decisão ou experiência passada. Trata-se, pelo contrário, de um relacionamento progressivo, à medida que Cristo habita no crente e comunica-lhe sua vida divina. Três verdades importantes são ensinadas nesta passagem: (1) A responsabilidade de permanecer em Cristo recai sobre o discípulo. É esta a nossa maneira de corresponder ao dom da vida e ao poder divinos concedidos no momento da conversão. (2) Permanecer em Cristo resulta em Jesus continuar a habitar em nós, frutificação do discípulo, sucesso na oração, plenitude de alegria. (3) As consequências do crente deixar de permanecer em Cristo são a ausência de fruto, a separação de Cristo e a perdição.”
Versículo 7: “Se permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedi o que quiserdes, e vos será feito.”
Nota: “O segredo de resposta divina à nossa oração é permanecer em Cristo. O princípio que Cristo ensina aqui é que, quanto mais perto o homem vive de Cristo, pela meditação, estudo das Escrituras e comunhão com Ele, tanto mais suas orações estarão em harmonia com a sua natureza e as suas palavras e, portanto, mais eficazes serão essas orações.”
Da blogueira: Neste último versículo, devemos tomar cuidado, pois alguns evangélicos acreditam que pode pedir qualquer coisa pra Deus, como se Ele fosse um Papai Noel. Na verdade, a comunhão que temos com a Palavra de Deus modifica a nossa maneira de orar. Eu, por exemplo, peço orientação de Deus sobre tal coisa que pretendo fazer, se é da Sua vontade ou não.