Este é o meu cantinho para reflexões bíblicas . "remindo o tempo, porquanto os dias são maus." Efésios 5:16

sexta-feira, 21 de setembro de 2018

Meu testemunho de conversão a Cristo


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            Sou evangélica há mais de trinta anos, porém salva em Cristo Jesus há uns quatro anos; porque, como diz um hino do Cantor Cristão da igreja batista: “a mim nunca falaram de Cristo”. Quando cantava este hino na igreja, sempre relacionei aos ímpios, mas hoje tomo para mim este hino.
            Eu não nasci em um lar cristão. Meu pai era católico e minha mãe sempre foi cristã. Ela cresceu em uma igreja batista na Bahia. Quando veio a São Paulo, não frequentou nenhuma igreja. Casou-se com meu pai e teve filhos: eu e mais dois irmãos.
Minha mãe só se deu conta de voltar à igreja quando eu e meus irmãos estávamos crescendo. Foi então que decidiu procurar uma igreja para levar a mim e a meus irmãos a conhecerem os caminhos do Senhor.
            Comecei a frequentar uma igreja batista em São Caetano do Sul quando tinha sete anos de idade. Participava da EBD, onde comecei a folhear a Bíblia e a memorizar versículos, o que me ajudou muito na minha caminhada como crente, porém não como salva. Como disse, ensinaram-se a manusear a Palavra do Senhor, mas não me falaram do Salvador Jesus Cristo para mim e do seu maravilhoso plano de Salvação.
            Nesta época, ainda criança, comecei a desejar participar da Santa Ceia da igreja e me falaram que deveria ser batizada. Ninguém me disse as palavras do Senhor: “Quem crê e for batizado, será salvo”. Foi então que, com dez anos de idade, decidi me batizar para “participar da Santa Ceia”, ou seja, fazer parte de algo. Ainda neste tempo, não me falaram de Cristo como Salvador.
            Fiz o curso preparatório para o batismo, porém não me indagaram se eu me arrependia dos meus pecados. Hoje percebo que não estava preparada para o batismo, por ser ainda uma criança, e não ter noção do fato de eu ser uma miserável pecadora. Era apenas evangélica.
Após o batismo, quando entrei na adolescência, comecei a ter discernimento do que era certo e errado, o que era santidade e mundanismo, e isto dentro da própria igreja batista. Decidi não participar das rodinhas de escarnecedores que havia na igreja, por considerar que todos deveriam amar uns aos outros. Foi isso que me afastou dos falsos irmãos e a buscar a Deus de maneira individual.
            Desde esta época, sempre temia a Deus, não como um Salvador, mas para não ir para o inferno. Minha mãe sempre me ensinava a pedir perdão dos meus pecados desde que eu era pequena, mas nunca fui evangelizada. Não me falaram de Cristo.
            Não cometi as muitas práticas consideradas pecaminosas na adolescência como fumar, provar alguma droga, sexo, ida a boates, enfim, sempre me guardava com medo de ir para o inferno. Em parte, isso me ajudou a crescer em conhecimento bíblico e acredito que Deus estava me ajudando e me conduzindo.
            Também aprendi na adolescência a sempre depender de Deus e pedir sua direção em todas as áreas da minha vida, e tenho feito isto até hoje. Creio que Deus teve uma imensa misericórdia (e continua tendo) em ouvir as minhas orações. Mas ainda não haviam me falado de Cristo.
            Fiquei até os 18 anos de idade na igreja batista e costumava visitar outras denominações e participar de congressos de jovens e acampamentos. O meu objetivo era sempre ter amizades.
Após a minha saída da igreja batista, comecei a frequentar uma igreja neopentecostal, acreditando que havia encontrado a igreja certa para mim. Lá, fiz um curso de batalha espiritual e participei de sessões de cura interior, mas confesso que não senti nada, pois acredito que as leituras da bíblia em minha casa me fortaleceram espiritualmente a não acreditar nisso. Hoje eu sei que são doutrinas de demônios. Como Deus tem me guardado. Mas até alia ainda não me falaram de Cristo.
            Depois desta igreja neopentecostal, passei a frequentar uma igreja de células e permaneci por quase cinco anos. Também fiz muitas amizades, participava de vários acampamentos de jovens e também era parte da liderança da igreja.
Depois de lá, frequentei outra igreja neopentecostal. No fundo, sempre acreditei que uma neopentecostal era “cheia do poder do Espírito Santo”. Via pessoas “caindo no espírito”, rodopiando no poder, gritando, declarando a benção, além de fazer parte da liderança. Deparei com muita carnalidade e um pastor que não cuidava de suas ovelhas. Como ainda continuava com a prática da leitura bíblica em casa, descobri, ao ler I Coríntios 14, que na ordem de culto, não consistia nada disso. Foi então que decidi sair desta igreja, e não frequentar mais nenhuma neopentecostal ou qualquer outra que não pregasse a Palavra do Senhor como deveria ser. Percebi que nunca era alimentada espiritualmente em nenhuma dessas igrejas.
            Fiquei triste quando percebi que não existia igreja alguma para congregar, pois todas elas praticavam doutrinas de demônios, e eu não queria participar disso.
            Através do Facebook, comecei a ter amizades com pessoas que pensavam a mesma coisa e tinham dificuldade de encontrar uma igreja bíblica para congregar. Por meio de uma das conversas, uma das pessoas me indicou a Missão São Paulo, hoje, Igreja Batista Reformada da Palavra. Quando entrei, ouvi o que eu realmente queria ouvir e me senti alimentada espiritualmente. Descobri que as pregações estavam no site e tratei de baixá-las.
            Comecei a frequentar especialmente à noite, cujas pregações eram evangelísticas. A cada pregação do evangelho, percebi que nunca haviam me falado de Cristo como ele realmente é: Salvador. Por mais que tivesse amadurecido em conhecimento bíblico e no discernimento do que era certo e errado, não era salva. A cada domingo que frequentava à noite, percebi que nunca fora evangelizada antes. Como disse: “a mim nunca falaram de Cristo”.
            É verdade, sempre me ensinaram a ser crente, mas ninguém me falou do Salvador Jesus Cristo, do fato de eu ser pecadora e de que eu precisava de um Salvador. Descobri que sempre me aproximava de Jesus como o Senhor dos crentes, nunca como um Salvador e perdoador dos meus pecados.
            Foi numa noite, após várias pregações do evangelho, pregações estas que me fizeram abrir os olhos. Senti vergonha e nojo de mim mesma, da maneira como era “crente”, sem nunca ter confessado a Cristo realmente como meu Salvador. Eu me vi perdida pela primeira vez, mesmo estando na igreja. Eu não sabia. Enxerguei-me de verdade como uma pecadora, não como uma crente. Então, dobrei os meus joelhos e fiquei por um bom tempo ajoelhada, meditando no que eu iria falar em oração com Deus. Sabia que era por meio do Senhor e Salvador Jesus Cristo, mas nunca me aproximei do Senhor como Salvador. Era a primeira vez. Finalmente comecei a orar reconhecendo os meus pecados e como precisava do Senhor Jesus Cristo para me perdoar. Sentia uma forte reverência, um temor enorme diante de Deus. Orava bem devagar, e chorava de tristeza (e choro até hoje) ao mesmo tempo, mas uma tristeza pela qual precisava passar, pois era arrependimento real dos meus pecados, reconhecendo que não merecia (e não mereço) um Salvador tão maravilhoso, o Senhor Jesus Cristo. Acho que fiquei muito tempo ajoelhada e chorando clamando por perdão. Recebi-o como meu Salvador. Fui salva pelo sangue do Cordeiro, como diz o Salmo 32:5: “Confessei-te o meu pecado, e minha iniquidade não encobri. Disse eu: Confessarei ao Senhor as minhas transgressões; e tu perdoaste a culpa do meu pecado”.
            Depois que terminei minha oração, continuei a chorar, mas de alívio. Realmente, tive a certeza da salvação em minha vida.
            A minha principal mudança como salva em Cristo Jesus foi o aumento do temor pelo Senhor e da maneira como me aproximo dEle. Antes, era com mero formalismo. Hoje, sei que Ele é o meu Salvador, sinto uma reverência muito maior por Ele. As minhas orações mudaram, pois começo reconhecendo de verdade as suas grandezas como Senhor. Lembro-me das pregações que alertavam do fato de o crente um dia prestar contas ao Senhor. Isso me encheu de grande temor. Nas minhas orações, comecei a ter o hábito de relacionar todos os meus pecados que havia cometido durante o dia (e são muitos), a reconhecer que não sou nada sem o Senhor na minha vida e que não sou capaz de fazer nada sem Ele. Ou seja, ser humilde diante do Senhor, e isso é obra do Espírito Santo em minha vida.
            Hoje, sou salva, recebi o perdão dos meus pecados, reconheço que sou pecadora realmente e que eu preciso do Senhor Salvador Jesus Cristo em minha vida. Continuo com a minha caminhada cristã, agora, aproximando-me de Jesus não com mero formalismo de um crente nominal, mas como meu Salvador, porque a Palavra se cumpriu em minha vida de acordo com II Coríntios 4:6: “Porque Deus, que disse: Das trevas brilhará a luz, é quem brilhou em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus na face de Cristo”.
            Para finalizar, tenho muito apreço por um hino de adoração proferido por Paulo em Romanos 11:33-36:

Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos! Pois, quem jamais conheceu a mente do Senhor? Ou quem se fez seu conselheiro? Ou quem lhe deu primeiro a ele, para que lhe seja recompensado? Porque dele, e por ele, e para ele são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém.