Sou evangélica há mais de trinta anos, porém salva em Cristo Jesus há
uns quatro anos; porque, como diz um hino do Cantor Cristão da igreja batista:
“a mim nunca falaram de Cristo”. Quando cantava este hino na igreja, sempre relacionei aos ímpios,
mas hoje tomo para mim este hino.
Eu não nasci em um lar cristão. Meu
pai era católico e minha mãe sempre foi cristã. Ela cresceu em uma igreja
batista na Bahia. Quando veio a São Paulo, não frequentou nenhuma igreja. Casou-se
com meu pai e teve filhos: eu e mais dois irmãos.
Minha
mãe só se deu conta de voltar à igreja quando eu e meus irmãos estávamos
crescendo. Foi então que decidiu procurar uma igreja para levar a mim e a meus
irmãos a conhecerem os caminhos do Senhor.
Comecei a frequentar uma igreja batista em São
Caetano do Sul quando tinha sete anos de idade. Participava da EBD, onde
comecei a folhear a Bíblia e a memorizar versículos, o que me ajudou muito na
minha caminhada como crente, porém não como salva. Como disse, ensinaram-se a manusear
a Palavra do Senhor, mas não me falaram do Salvador Jesus Cristo para mim e do
seu maravilhoso plano de Salvação.
Nesta época, ainda criança, comecei
a desejar participar da Santa Ceia da igreja e me falaram que deveria ser
batizada. Ninguém me disse as palavras do Senhor: “Quem crê e for batizado,
será salvo”. Foi então que, com dez anos de idade, decidi me batizar para
“participar da Santa Ceia”, ou seja, fazer parte de algo. Ainda neste tempo,
não me falaram de Cristo como Salvador.
Fiz o curso preparatório para o batismo,
porém não me indagaram se eu me arrependia dos meus pecados. Hoje percebo que
não estava preparada para o batismo, por ser ainda uma criança, e não ter noção
do fato de eu ser uma miserável pecadora. Era apenas evangélica.
Após
o batismo, quando entrei na adolescência, comecei a ter discernimento do que
era certo e errado, o que era santidade e mundanismo, e isto dentro da própria
igreja batista. Decidi não participar das rodinhas de escarnecedores que havia na
igreja, por considerar que todos deveriam amar uns aos outros. Foi isso que me
afastou dos falsos irmãos e a buscar a Deus de maneira individual.
Desde esta época, sempre temia a
Deus, não como um Salvador, mas para não ir para o inferno. Minha mãe sempre me
ensinava a pedir perdão dos meus pecados desde que eu era pequena, mas nunca
fui evangelizada. Não me falaram de Cristo.
Não cometi as muitas práticas
consideradas pecaminosas na adolescência como fumar, provar alguma droga, sexo,
ida a boates, enfim, sempre me guardava com medo de ir para o inferno. Em
parte, isso me ajudou a crescer em conhecimento bíblico e acredito que Deus
estava me ajudando e me conduzindo.
Também aprendi na adolescência a
sempre depender de Deus e pedir sua direção em todas as áreas da minha vida, e
tenho feito isto até hoje. Creio que Deus teve uma imensa misericórdia (e
continua tendo) em ouvir as minhas orações. Mas ainda não haviam me falado de
Cristo.
Fiquei até os 18 anos de idade na
igreja batista e costumava visitar outras denominações e participar de
congressos de jovens e acampamentos. O meu objetivo era sempre ter amizades.
Após
a minha saída da igreja batista, comecei a frequentar uma igreja neopentecostal,
acreditando que havia encontrado a igreja certa para mim. Lá, fiz um curso de
batalha espiritual e participei de sessões de cura interior, mas confesso que
não senti nada, pois acredito que as leituras da bíblia em minha casa me
fortaleceram espiritualmente a não acreditar nisso. Hoje eu sei que são doutrinas
de demônios. Como Deus tem me guardado. Mas até alia ainda não me falaram de
Cristo.
Depois desta igreja neopentecostal,
passei a frequentar uma igreja de células e permaneci por quase cinco anos. Também
fiz muitas amizades, participava de vários acampamentos de jovens e também era
parte da liderança da igreja.
Depois
de lá, frequentei outra igreja neopentecostal. No fundo, sempre acreditei que
uma neopentecostal era “cheia do poder do Espírito Santo”. Via pessoas “caindo
no espírito”, rodopiando no poder, gritando, declarando a benção, além de fazer
parte da liderança. Deparei com muita carnalidade e um pastor que não cuidava
de suas ovelhas. Como ainda continuava com a prática da leitura bíblica em
casa, descobri, ao ler I Coríntios 14, que na ordem de culto, não consistia
nada disso. Foi então que decidi sair desta igreja, e não frequentar mais
nenhuma neopentecostal ou qualquer outra que não pregasse a Palavra do Senhor
como deveria ser. Percebi que nunca era alimentada espiritualmente em nenhuma
dessas igrejas.
Fiquei triste quando percebi que não
existia igreja alguma para congregar, pois todas elas praticavam doutrinas de
demônios, e eu não queria participar disso.
Através do Facebook, comecei a ter
amizades com pessoas que pensavam a mesma coisa e tinham dificuldade de
encontrar uma igreja bíblica para congregar. Por meio de uma das conversas, uma
das pessoas me indicou a Missão São Paulo, hoje, Igreja Batista Reformada da Palavra. Quando
entrei, ouvi o que eu realmente queria ouvir e me senti alimentada
espiritualmente. Descobri que as pregações estavam no site e tratei de baixá-las.
Comecei a frequentar especialmente à
noite, cujas pregações eram evangelísticas. A cada pregação do evangelho,
percebi que nunca haviam me falado de Cristo como ele realmente é: Salvador.
Por mais que tivesse amadurecido em conhecimento bíblico e no discernimento do
que era certo e errado, não era salva. A cada domingo que frequentava à noite,
percebi que nunca fora evangelizada antes. Como disse: “a mim nunca falaram de
Cristo”.
É verdade, sempre me ensinaram a ser
crente, mas ninguém me falou do Salvador Jesus Cristo, do fato de eu ser pecadora
e de que eu precisava de um Salvador. Descobri que sempre me aproximava de
Jesus como o Senhor dos crentes, nunca como um Salvador e perdoador dos meus
pecados.
Foi numa noite, após várias
pregações do evangelho, pregações estas que me fizeram abrir os olhos. Senti
vergonha e nojo de mim mesma, da maneira como era “crente”, sem nunca ter
confessado a Cristo realmente como meu Salvador. Eu me vi perdida pela primeira
vez, mesmo estando na igreja. Eu não sabia. Enxerguei-me de verdade como uma
pecadora, não como uma crente. Então, dobrei os meus joelhos e fiquei por um
bom tempo ajoelhada, meditando no que eu iria falar em oração com Deus. Sabia
que era por meio do Senhor e Salvador Jesus Cristo, mas nunca me aproximei do
Senhor como Salvador. Era a primeira vez. Finalmente comecei a orar reconhecendo
os meus pecados e como precisava do Senhor Jesus Cristo para me perdoar. Sentia
uma forte reverência, um temor enorme diante de Deus. Orava bem devagar, e
chorava de tristeza (e choro até hoje) ao mesmo tempo, mas uma tristeza pela qual precisava passar,
pois era arrependimento real dos meus pecados, reconhecendo que não merecia (e
não mereço) um Salvador tão maravilhoso, o Senhor Jesus Cristo. Acho que fiquei muito tempo ajoelhada e
chorando clamando por perdão. Recebi-o como meu Salvador. Fui salva pelo sangue
do Cordeiro, como diz o Salmo 32:5: “Confessei-te o meu pecado, e minha
iniquidade não encobri. Disse eu: Confessarei ao Senhor as minhas
transgressões; e tu perdoaste a culpa do meu pecado”.
Depois que terminei minha oração,
continuei a chorar, mas de alívio. Realmente, tive a certeza da salvação em
minha vida.
A minha principal mudança como salva
em Cristo Jesus foi o aumento do temor pelo Senhor e da maneira como me
aproximo dEle. Antes, era com mero formalismo. Hoje, sei que Ele é o meu
Salvador, sinto uma reverência muito maior por Ele. As minhas orações mudaram,
pois começo reconhecendo de verdade as suas grandezas como Senhor. Lembro-me
das pregações que alertavam do fato de o crente um dia prestar contas ao
Senhor. Isso me encheu de grande temor. Nas minhas orações, comecei a ter o
hábito de relacionar todos os meus pecados que havia cometido durante o dia (e
são muitos), a reconhecer que não sou nada sem o Senhor na minha vida e que não
sou capaz de fazer nada sem Ele. Ou seja, ser humilde diante do Senhor, e isso
é obra do Espírito Santo em minha vida.
Hoje, sou salva, recebi o perdão dos
meus pecados, reconheço que sou pecadora realmente e que eu preciso do Senhor
Salvador Jesus Cristo em minha vida. Continuo com a minha caminhada cristã,
agora, aproximando-me de Jesus não com mero formalismo de um crente nominal, mas como meu Salvador,
porque a Palavra se cumpriu em minha vida de acordo com II Coríntios 4:6:
“Porque Deus, que disse: Das trevas brilhará a luz, é quem brilhou em nossos
corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus na face de Cristo”.
Para finalizar, tenho muito apreço
por um hino de adoração proferido por Paulo em Romanos 11:33-36:
Ó profundidade das
riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os
seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos! Pois, quem jamais conheceu
a mente do Senhor? Ou quem se fez seu conselheiro? Ou quem lhe deu primeiro a
ele, para que lhe seja recompensado? Porque dele, e por ele, e para ele são todas
as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém.
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