Na segunda parte de Dízimo, a verdade segundo a Bíblia, falamos sobre o livro de Malaquias e o seu real conteúdo. Naquela época, o povo de Israel estava pecando contra a Lei do Senhor, deixando de dar os dízimos, cometendo casamentos ilícitos e não oferecendo o melhor animal para o sacrifício. Nesta terceira parte, vou explicar sobre os dízimos na Nova Aliança (será que eles realmente existem?).
Começo citando uma passagem da Bíblia que muitos evangélicos a usam para justificar a devolução do dízimo (segundo eles, esta palavra se encontra no singular, já segundo a Bíblia, no plural como aprendemos). Em Mateus 23, Jesus censura as más obras dos fariseus que, conhecendo a Lei, não praticavam de forma correta, a ponto de serem chamados de hipócritas pelo nosso Senhor. Atentemos para um versículo 23:
“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e tendes negligenciado os preceitos mais importantes da Lei: a justiça, a misericórdia e a fé; devíeis, porém, fazer estas coisas, sem omitir aquelas.”
Jesus censurava os fariseus porque eles deixavam de praticar a parte moral da Lei, que era mais importante. Quanto aos dízimos, devemos nos lembrar de que o povo de Israel ainda estava sob a cobertura da Lei; Jesus ainda não havia morrido e ressuscitado para trazer a Nova Aliança, aliás, Ele já havia começado no Sermão da Montanha (Mateus 5, 6 e 7).
Depois do advento de Jesus Cristo, os discípulos se reuniram junto com outras pessoas e, durante a Festa de Pentecostes (festa obrigatória na Lei, hoje não), houve o derramar do Espírito Santo sobre todos os que estavam na Festa. Depois disto, os apóstolos nunca mais foram os mesmos.
Os primeiros cristãos começaram a surgir depois que receberam a pregação do Evangelho de Jesus Cristo, sendo batizados em seguida. Foi então que eles começaram a contribuir com seus bens para a expansão do Evangelho. Observe o que está escrito sobre esta contribuição no livro de Atos dos Apóstolos 4:32-35.
“Da multidão dos que creram era um o coração o coração e a alma. Ninguém considerava exclusivamente sua nem uma das coisas que possuía; tudo, porém, lhes era comum. (...) Pois nenhum necessitado havia entre eles, porquanto os que possuíam terras ou casas, vendendo-as, traziam os valores correspondentes e depositavam aos pés dos apóstolos; então, se distribuía a qualquer um à medida que alguém tinha necessidade.”
Como percebemos, os cristãos eram livres para ofertarem a quantia que quiserem (neste caso, era tudo), sem ter Lei para isto. Neste trecho e em todo o livro de Atos, não há uma menção sobre uma ordem de oferta ou dízimos (estes últimos nem foram mencionados), concluindo, então, que por causa da Nova Aliança, não tinham mais a obrigação de dar certas ofertas e dízimos, já que o ministério levítico foi extinguido, juntamente com o tabernáculo.
No livro de Romanos, Paulo contou em sua carta das vantagens de não estarmos mais debaixo da Lei do Antigo Testamento, pois agora que estamos em Cristo, estamos debaixo da Graça. Vamos observar os versículos 4 e 6, capítulo 7:
“Assim, meus irmãos, também vós morrestes relativamente à lei, por meio de Jesus Cristo, para pertencerdes a outro, a saber, aquele que ressuscitou dentre os mortos, a fim de que frutifiquemos para Deus.”
“Agora, porém, libertados da lei, estamos mortos para aquilo a que estávamos sujeitos, de modo que servimos em novidade de espírito e na caducidade da letra.”
Percebe-se que a Lei perdeu a força por causa da novidade de espírito que surgiu através de Jesus Cristo, a Nova Aliança.
Em I Coríntios 16:1-2, o apóstolo dá instruções quanto à coleta para a ajuda dos necessitados (não para a construção de novos templos, como vimos por aí):
“Quanto à coleta para os santos, fazei vós também como ordenei às igrejas da Galácia. No primeiro dia da semana, cada um de vós ponha de parte, em casa, conforme a sua prosperidade, e vá juntando, para que se não façam coletas quando eu for.”
Observe-se que os cristãos de Corinto separava a sua oferta de acordo com a sua prosperidade, isto é, conforme a quantidade que possuía, sem exigir dízimos, trízimos, oferta disso e daquilo...
Paulo, ao escrever sua carta aos Gálatas, observou que alguns cristãos insistiam em praticar algo da Lei: a circuncisão. Ele ratificou a nossa libertação da Lei pela Nova Aliança, afirmando que a nossa justificação não é mais pelas obras da Lei, mas pela nossa fé em Jesus Cristo. Simples assim. O apóstolo considera transgressor aquele que tornar a edificar a Lei. Observem esta afirmação em Gálatas 2:18:
“Porque, se torno a edificar aquilo que destruí, a mim mesmo me constituo transgressor.”
Não só ele, mas a todos os que quiserem edificar a Lei, ou seja, trazer à tona ordenanças da Lei como a Festa dos Tabernáculos, sacrifícios, ofertas, dízimos dentre outras. Então, se entrego o dízimo da minha renda, torno-me uma transgressora da Graça de Jesus Cristo, portanto, pra que tomar Santa Ceia?
Portanto, observamos que não há uma menção de contribuição de dízimos no decorrer do Novo Testamento, somente de ofertas voluntárias, o dadivar (II Coríntios 9). Devemos dar graças a Deus por estarmos livres de tantas ordenanças para agradá-lo, já que, com o Novo Testamento, basta a nossa fé em Jesus Cristo e nos considerar mortos para o pecado para sermos justificados por Deus.
Conclusão: não dou mais dízimos porque vivo agora um Novo Testamento, e não quero estragar tudo!
0 comentários :
Postar um comentário